Na última edição, explicamos o que era a Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica, para quem era indicado o tratamento e seus benefícios gerais. Hoje, escolhemos uma doença comum em nosso meio e que cursa com a tão temida falta de ar, a qual é o fator limitante para inúmeras atividades do dia-a-dia: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

DPOC é uma condição passível de prevenção e tratamento, caracterizada por uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas e a gases nocivos (o maior deles: a fumaça do cigarro), determinando, além dos sintomas respiratórios, como falta de ar e tosse crônica, graus variáveis de comprometimento do funcionamento de outros órgãos.

A falta de ar e o cansaço para realizar atividades simples levam à imobilidade, à perda do condicionamento físico e de massa muscular. Isso traz cada vez mais dificuldades ao paciente para realizar tarefas simples.

A Reabilitação Cardiopulmonar vem para quebrar esse círculo vicioso formado pelo sedentarismo, perda muscular, cansaço e perda de condicionamento físico. A partir da recuperação do condicionamento, o paciente ganha independência, o que possibilita sua reintegração na vida familiar, profissional e social.

Como a Reabilitação age?

O oxigênio é a “gasolina” do nosso organismo. Todos os tecidos do nosso corpo precisam desse combustível. Os pulmões são os captadores de oxigênio do ar e o sangue o transportador que faz o combustível chegar a todas as nossas células, bombeadas pelo coração. Então, o sangue conduz de volta o gás carbônico, que é o resultado do metabolismo das células, “o lixinho”, para os pulmões jogarem de volta no ar. Este é o ciclo da vida. Nosso organismo é como se fosse um máquina, uma engrenagem onde o coração, os pulmões e os músculos trabalham juntos. Durante as atividades físicas, a necessidade de combustível é maior, principalmente nos nossos músculos. Logo, os pulmões e o coração trabalham dobrado.

As alterações no pulmão do paciente com DPOC fazem com que ele não consiga captar a quantidade de oxigênio suficiente. Assim, a engrenagem fica com alguns dentes quebrados e atinge todos os tecidos: o coração fica sobrecarregado, o sangue tenta compensar a falta de oxigênio produzindo mais glóbulos vermelhos e os músculos tentam trabalhar com menos energia. Com o tempo, o sistema sobrecarregado começa a dar sinais de falência.