Uma denúncia anônima feita ao Jornal Semanário apontou a fabricação de bebidas alcoólicas por parte dos presos no interior do Presídio Estadual de Bento Gonçalves (PEBG). A informação foi confirmada e a direção da Casa admitiu a produção do item, mas garantiu que trabalha para coibir a prática.

O Semanário teve acesso às imagens que comprovam a fabricação da bebida no interior da Casa. Na foto, tirada de dentro do cercado improvisado feito a pedido dos presos, estão diversas garrafas da bebida. O processo de deixar os itens no sol faz parte da fermentação do líquido. Já o cercado feito a pedido dos presos já havia sido alvo de polêmica. No dia 25 de outubro, o Semanário publicou matéria sobre a divisão, solicitada a pedido dos próprios presos com o objetivo de evitar problemas em dias de visitas.

Sobre a fabricação das bebidas alcoólicas, duas fontes próximas ao Presídio, e que preferem se manter anônimas, confirmaram a fabricação da bebida. Uma delas afirmou à reportagem sobre o consumo deliberado da bebida. Na opinião da fonte, o consumo de álcool estaria encorajando os detentos a fazer ameaças a agentes penitenciários e o consequente início de tumulto no interior das celas.

Outra fonte confirmou a existência da fabricação e a manutenção das garrafas de cachaça no interior do presídio. Ainda segundo ele, uma das visitas também teria confirmado a existência dos itens dentro da Casa.

Direção recolheu oito litros semana passada

Procurada pela reportagem do Semanário, a direção do Presídio Estadual de Bento Gonçalves afirmou tratar-se de uma bebida fermentada feita em diversas casas prisionais. Para a composição da bebida, são utilizados arroz, açúcar, laranja e água.

Segundo o administrador da Casa, José Marcio Rosa Oliveira, todos os produtos utilizados têm entrada autorizada nos presídios pela portaria da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) que dispõe sobre o que pode ou não entrar nas cadeias. No entanto, a combinação desses itens para fazer uma bebida alcoólica não é permitida.

Ainda segundo ele, a guarda responsável pela segurança do presídio costuma fazer revistas estruturais e retirar tais substâncias sempre que são visualizadas pelos agentes. “Na semana passada, foram retirados oito litros da bebida”, relata.