Foram vários os anos em que a TRANSPOSUL, feira e congresso dos transportadores rodoviários de cargas, aconteceu em Bento Gonçalves, nos pavilhões da FENAVINHO.

Era casa cheia, com mais de cinco mil visitantes e outros seiscentos congressistas que lotavam os hotéis.
Conseguimos transferir este evento de Gramado para Bento Gonçalves e perdemos para Porto Alegre, onde anualmente se realiza nos pavilhões da FIERGS.

Voltei a carga com os organizadores para que o evento seja feito novamente em Bento e a reposta foi:

– “E a hotelaria?”

Na época das realizações em nossa cidade os hotéis disponíveis eram poucos e lotavam por uma semana. Alguns visitantes iam hospedar-se em Garibaldi e até Caxias do Sul.

Informei que a oferta de leitos fora ampliada, com novos hotéis já instalados e que outros três estariam em construção. Ficaram de fazer uma visita aos hotéis da cidade para saber da disponibilidade.

Temos a gastronomia, o vinho, a Maria Fumaça, lindas paisagens, um majestoso pavilhão de eventos, pista de pouso pavimentada para aeronaves, excelentes hotéis e uma péssima rodovia.

As pessoas que vieram de centros urbanos maiores, especialmente de São Paulo e Rio de Janeiro, não conseguiam compreender como a cidade de Bento Gonçalves tinha um acesso rodoviário com limites de velocidade entre 40, 50, 60 e 80 quilômetros por hora. Uma verdadeira armadilha para arrecadar dinheiro dos distraídos.

Pois os perdigueiros, aqueles encarregados de verificar nossa hotelaria, vieram e foram multados ali na subida da MADEM, onde ultrapassaram na pista dupla um caminhão que se arrastava a 60 quilômetros por hora. O radar estava lá, escondidinho, arrecadando dinheiro para o governo. As velocidades são uma armadilha para os motoristas pois mudam constantemente nos trechos da rodovia.

Não tive coragem de pedir desculpas. A ultrapassagem era permitida mas a velocidade excedeu. Os turistas são vítimas de uma péssima rodovia onde a pretensa segurança é imposta por velocidades incompatíveis com o mundo moderno.