Município organizou um esquema especial para a Campanha.

Desde 2012, a cobertura de vacinação para doenças vem caindo em todo o país. Os dados do Ministério da Saúde apontam essa redução ameaçando o surgimento dos surtos de doenças que, até então, estavam controladas, tais como, caxumba, sarampo e rubéola. Fatores como o desabastecimento de vacinas essenciais, escassez de recursos para gerir programas e pais que se recusam a vacinar seus filhos, são alguns dos problemas apontados e que podem estar por trás da diminuição nas taxas de vacinação. No entanto, em Bento Gonçalves, os números se mantém acima da média nacional. Resultado, segundo o setor de Vigilância Epidemiológica, das estratégias adotadas pela gestão municipal.16

Segundo o enfermeiro e coordenador do setor da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, José Antônio Rosa, no município, a cobertura vacinal tem superado a meta recomendada pelo Ministério da Saúde (acima de 90%). “O objetivo principal é o de proteger crianças e jovens contra diferentes tipos de doenças transmissíveis, algumas das quais, com capacidade de comprometer seriamente a saúde e a vida das pessoas”, explica.

De acordo com Rosa, a redução no número de pessoas vacinadas pode criar bolsões de indivíduos suscetíveis a doenças antigas e até então controladas. “As vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) protegem contra 17 tipos de doenças: sarampo, rubéola, caxumba, varicela, paralisia infantil (poliomielite), meningite do tipo C, hepatite B, hepatite A, tétano, coqueluche, difteria, infecção contra 10 tipos de pneumococos, formas graves da infecção causada pelo bacilo da tuberculose, infecção causada pelo Haemophilus influenzae b, diarreia causada pelo rotavírus, febre amarela e a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Quando as crianças e os jovens não recebem a vacinação, ficam sujeitas a contrair essas doenças”, pontua.

Conforme o coordenador do setor, durante os períodos de campanha, as áreas técnicas do PNI procuram intensificar a distribuição das vacinas para os estados e municípios, de modo a melhorar os estoques e garantir a aplicação das doses nos grupos-alvos. Entretanto, é possível ocorrer eventuais reduções, devido a dificuldades técnicas na produção, importação e distribuição de vacinas, levando estados e municípios a ter cautela no gerenciamento dos seus estoques”, ressalta Rosa.

Recusa familiar

Outro fator que causa preocupação, segundo o Ministério da Saúde, é a recusa da família, que tem aumentado nos últimos anos, em vacinar seus filhos. Segundo Rosa, o sucesso de um programa de vacinação, em qualquer parte do mundo, depende de vários fatores, entre os quais se encontram as barreiras culturais que dificultam a vacinação contra diversas doenças. “Alguns pais acabam optando por não vacinar seus filhos por achar que as vacinas não são seguras, ou, até mesmo, porque elas poderiam causar outros problemas de saúde nas crianças. Eles precisam entender que o risco de uma criança não vacinada adoecer e ter complicações irreversíveis para a sua saúde é muito maior do que qualquer evento adverso vacinal”, explica.

Falta de recursos

Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, muito além do comportamento familiar, outro ponto que preocupa as autoridades são os problemas com o abastecimento de vacinas essenciais, o que atrapalha o alcance das metas vacinais. A queda acentuada nos repasses vem desde 2015. Em 2016, por exemplo, houve acesso limitado à vacina pentavalente acelular, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, meningite provocada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b e poliomielite. Também houve dificuldades com a BCG, que protege contra a tuberculose e é a primeira vacina dada ao recém-nascido. Na metade do ano, o Ministério classificou como “crítico” o abastecimento das vacinas tríplice viral, tríplice bacteriana acelular infantil (DTPa) e rotavírus, todas parte do calendário de vacinação nacional. Para a DTPa, a previsão é que o abastecimento seja regularizado neste segundo semestre, enquanto as demais seguem sem expectativa de normalização.

Procura da população na rede pública manteve índices de anos anteriores. Foto: Reprodução

Campanha de Multivacinação

Até o dia 22, pais ou responsáveis por crianças e adolescentes menores de 15 anos (14 anos 11 meses e 29 dias) podem levá-los até as unidades de saúde para colocar em dia as vacinas, que fazem parte do calendário de rotina. “A campanha de multivacinação é uma das estratégias do PNI para intensificar as ações de vacinação de rotina, alertando pais e responsáveis sobre a importância das crianças e dos jovens estar “em dia” com os esquemas vacinais para cada faixa etária”, finaliza.

11 à 22/09 – Todas as Unidades de Saúde, das 7h às 11h30min – 13h30min às 17h30min.

16/09 – Unidades de Saúde (com excessão São Valentim, Tuiuty, XV da Graciema, Faria Lemos, Maria Goretti e Cohab II) estarão abertas das 8h às 17h, sem fechar ao meio dia.

– A UPA 24 Horas da Secretaria da Saúde não administrará vacinas durante a Campanha de Multivacinação.

– Os pais devem levar, obrigatoriamente, a Carteira de Vacinação das crianças e jovens.