Embora as previsões com a vindima sejam otimistas, alguns produtores demonstram preocupação sobre as chuvas que atingiram a região nessa semana, frente à necessidade de manter a produção nos parreirais para aumentar a quantidade de açúcar da uva. Enquanto isso, outros viticultores já começam a colher as variedades precoces e comemoram o resultado satisfatório da safra.

Para o produtor Antônio Moro, de 77 anos, da localidade Vale Aurora, a colheita da variedade riesling, a qual o agricultor cultiva  cerca de meio hectare, deveria ter sido feita ainda nessa semana, porém, a cantina solicitou que Moro mantivesse a uva na parreira por mais uma semana. “Eles vieram aqui, pediram para passar sulfato e para segurar mais alguns dias. Dependendo da chuva, pode comprometer a safra”, explica. 

Moro também produz as uvas bordô, isabel, violeta e cora. “Faço tudo sozinho. Meu filho não vem trabalhar aqui porque está estabilizado na cidade”, conta.  O agricultor relata ainda que prefere fazer o trabalho sozinho em função do alto custo dos funcionários e da qualidade do serviços oferecidos pelos safristas.  “Eu quero um trabalho bom, então faço eu mesmo”, diz.  Para esta safra, Moro afirma que fez 1700 enxertos nas videiras. “Não tem trator que substitua o braço para trabalhar nas parreiras”, compara. Suas expectativas com a vindima são boas, desde que não haja excesso de chuvas. 

O dilema de Emerson Cimadon, também morador do Vale Aurora, de 41 anos, é parecido com o de Moro.  Ele afirma que é necessário colher o quanto antes a produção de uva violeta para evitar danos. “Tá apodrecendo no pé. Não tem o que fazer, precisamos colher”, reitera.  Mesmo assim, o agricultor tem perspectivas otimistas com a atual vindima e espera que o clima colabore.

Com o objetivo de garantir a qualidade da uva e não concentrar o plantio somente em uma casta, Cimadon também planta a variedade BRS Magna. De acordo com relatório da Embrapa Uva e Vinho, a uva em questão é ideal para sucos e possui “ampla adaptação climática”.  Na opinião do agricultor, a tendência é que se popularize cada vez mais. “Nós temos que entrar no mercado e arriscar”, observa. 

Em contrapartida, o viticultor Luiz Lazarotto, de 66 anos,  também morador do Vale Aurora, já colhia e carregava em caminhões sua produção de pinot noir para encaminhar à Cooperativa Vinícola Aurora. Ele relata que a colheita foi maior do que esperada, uma vez que a estimativa era de seis toneladas e o resultado foi de oito toneladas. “Esse ano a safra está sendo excelente, tem bastante uva”, comemora.   

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