Em mais uma entrevista da série de conversas sobre segurança pública, o Semanário conversou com o chefe da 6ª Delegacia Regional da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Bento Gonçalves, Lucas Martins. Atuando na cidade desde abril de 2015, data de início da Operação Vinhedos, Martins comentou sobre as dificuldades enfrentadas pela Polícia Rodoviária na Capital do Vinho e região, apontou os principais pontos problemáticos da BR-470 avaliou o que deveria mudar para o ano de 2017.

Jornal Semanário: Desde maio de 2016, a 6ª Delegacia da PRF está sediada em Bento Gonçalves (antes, estava em Vacaria). Que avaliação é possível fazer do trabalho desde então?
Lucas Martins: Há cinco meses estamos atuando em Bento com uma delegacia regional. Estávamos com a Operação Vinhedos, então foi e está sendo um período de transição. Ainda temos alguns colegas para chegar, outros vão ser convocados para cumprir serviço aqui. Mas vamos entrar ano que vem com todo o pessoal aqui já trabalhando. Na melhor das hipóteses, já podemos ter a equipe completa em dezembro, com efetivo completo. Dentro daquilo que tínhamos a possibilidade de fazer, e nos propusemos a fazer, com planejamento e também nas operações, nós conseguimos. A redução de índice de acidentalidade também foi uma conquista. Realizamos tudo dentro do padrão esperado.

JS: Quais são as principais carências e dificuldades encontradas pela PRF hoje?
Martins: Na verdade hoje, por estarmos nesse período de transição, e não apenas por isso, mas também pelas questões a nível nacional, ainda não estamos com todo nosso efetivo trabalhando. Tivemos que demandar várias delegacias para nos apoiar aqui. Mensalmente são feitas mais de dez convocações para vir trabalhar aqui. Então a questão do efetivo sentimos um pouco, é claro. Mas a partir de dezembro, em tese, vamos estar com todo nosso pessoal aqui, então seria uma carência a menos. Sempre temos gente chegando, mas é claro que gostaríamos de ter mais, porque as polícias precisam de efetivo em função da demanda. A falta de controladores eletrônicos também é um problema. Só um radar não é suficiente. Além disso, também estamos mudar algumas coisas na questão estrutural. Temos todas as nossas viaturas em boas condições, então não é um problema, assi m como os pontos materiais. Na rodovia, o principal problema é a falta de sinalização ainda. É o problema mais grave que temos. Estamos recebendo asfalto novo em alguns pontos, mas a sinalização é carente na maior parte do trecho.

JS: Atualmente, qual é a condição da rodovia? Existem pontos mais críticos?
Martins: São vários aspectos que estamos tentando mudar, sempre buscando isso junto ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e ao Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem). Pontos como acessos, sinalização da via, a pavimentação que por vezes acaba cedendo, com alguns buracos. A rodovia tem vários pontos complicadores naturais, por ser uma região de Serra. Além disso, cidades como Veranópolis têm 36 pontos de acesso no perímetro urbano. Bento também tem muitos acessos. Em um determinado ponto, são quatro em cerca de 200 metros.

JS: A acidentalidade foi reduzida na rodovia, mas tivemos uma época com mais ocorrências em determinados pontos do trecho. Quais são os trechos de maior risco?
Martins: Hoje, pelos levantamentos que temos e que fizemos com frequência, se constatou um trecho de cerca de dez quilômetros, do 210 ao 220, que corresponde ao perímetro urbano de Bento Gonçalves. É o trecho mais crítico que temos.

JS: Quais são as recomendações para os condutores nesses trechos?
Martins: O pessoal tem reclamado muito da questão da velocidade em trechos urbanos, que vai de 40 até 60 quilômetros por hora. Mas nesses locais o motorista precisa criar a consciência de que, ao chegar em uma cidade, ele precisa diminuir a velocidade, aumentar a distância de segurança, manter os faróis acesos, além de sempre fazer os cuidados básicos do veículo. Antes de sair de casa fazer a manutenção, especialmente ao viajar.

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