Farinha de trigo e o leite são os vilões; açúcar é que apresenta menor valor de compra em relação ao ano passado

O ano de 2018 foi mais um grande desafio para todos os brasileiros em termos econômicos. Os reflexos desta instabilidade apareceram em vários itens como: combustíveis, no gás de cozinha, e no principal deles, a cesta básica. Em Bento Gonçalves, o crescimento chegou aos 7,71%.
Em comparação com os 10 meses de 2017 e deste ano, a cesta básica de 11 itens considerados essenciais para uma família, também apresenta na média uma alta nos preços na Capital do Vinho.

As observações são feitas perante o levantamento mensal realizado nos principais mercados do município e divulgado pelo Serviço Proteção ao Consumidor de Bento Gonçalves (Procon-BG).
Os produtos avaliados foram: óleo de soja, massa com ovos, açúcar, arroz e farinha de trigo 5 kg, feijão e sal 1kg, respectivamente, café em pó 500 gramas, ovos vermelhos (uma dúzia), leite longa vida integral e carne de frango, o kg. Destes itens, sete apresentaram elevação nos preços de um ano para o outro, enquanto apenas quatro tiveram queda.

Os mais baratos

Entre os que estão mais baratos no comparativo está o açúcar 5kg, com um total de R$2,51 ou 21,15%. No ano passado, o produto em média era adquirido por R$11,63, contra os atuais R$ 9,17. Logo depois, a lista coloca o feijão, um dos produtos mais consumidos pelas famílias brasileiras. O grão caiu de R$4,54 para R$3,87, queda em torno de 0,57 centavos, mas que representa 14,75%.

O terceiro na escala de queda é o arroz tipo I, de R$11,10 para os atuais R$9,84, uma redução de R$1,26 no valor de mercado. Em termos percentuais, o produto no comparativo com os mesmos meses do ano passado está 11,35% mais barato. O último produto com menor preço é o óleo de soja, 0,60%, saindo de R$3,31 para em média R$3,29.

Os mais custosos

Em contrapartida, o que mais sofreu elevação no comparativo com os mesmos 10 meses do ano passado foi a farinha de trigo. O produto utilizado principalmente para a fabricação de pães, tem grande parte importado dos países do Mercosul. O aumento de 2017 para este ano é de 16,91%, custando na média acima dos R$10.

O segundo na lista de alta é o leite. O produto lácteo que tem grande produção no estado através de cooperativas custava em média R$2,36 em 2017 e neste ano, está sendo comercializado por R$2,56, aumento 8,47%. Logo na sequência, o sal com 5,93% mais custoso ao bolso dos consumidores. Em quarto, está o frango, 4,75% mais caro na comparação com 2017. A carne da ave, saia R$5,89 e agora, na média do ano, custa R$6,17.

Fechando a lista, estão a dúzia de ovos vermelhos, a massa com ovos e o café em pó, 1,68%, 0,89% e 0,86%, mais caros, respectivamente, segundo a média da tabela dos dois últimos anos.

Os valores de 2018

Os valores dos 10 itens nos meses pesquisados apresentam variação em 2018. Na média, o menor preço que foi encontrado para a cesta básica se apresentou no mês de abril, R$ 59,97.
Enquanto o maior preço, R$ 65,47 esteve presente nos meses de janeiro, que tradicionalmente apresenta elevação nos valores e em agosto e setembro.

No comparativo dos últimos quatro meses (agosto, setembro, outubro e novembro), a queda nestes itens é pouco significativa para o bolso dos bento-gonçalvenses, entre R$0,22 e R$0,7, respectivamente.

Com a adição de todos os produtos, incluindo de alimentação e de higiene pessoal pesquisados pelo Procon-BG, a cesta básica para uma família de quatro pessoas entre setembro e outubro saiu de R$ 657,20 para o último R$ 633,36, diminuição de R$ 23,84 ou 3,26%. Já com o mês de novembro incluso, o último que teve divulgação do órgão, uma nova queda pouco acentuada no valor, 0,14%.

Os motivos para o aumento

De acordo com os economistas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o fator para que esses dois itens tenham maior custo em relação ao ano passado o aumento do dólar e a greve dos caminhoneiros que atingiu o país no mês de junho e que teve reflexo por três meses consecutivos.

Ainda segundo o Dieese, em em 12 meses, os preços médios da cesta aumentaram em todas as cidades. Nas capitais, as taxas oscilaram entre 1,22%, em Natal, e 15,50%, em Campo Grande. Em 2018, todas as capitais acumularam alta, com destaque para Campo Grande (14,89%), Brasília (13,44%) e Fortaleza (12,03%). Na capital dos gaúchos, Porto Alegre no último mês, o custo da cesta básica foi de R$ 463,09, com variação mensal de 2,93%, e no acumulado do ano 8,52%.

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