O inquérito que apurava as circunstâncias da morte do bento-gonçalvense Lucas Cousandier, de 19 anos, foi concluído na tarde de sexta-feira, 19. O delegado Rodrigo Kegler Duarte, responsável pelo relatório, enviou documento indiciando cinco policiais militares e outras duas pessoas. Ele também pede a prisão preventiva de três policiais, os mesmos que já estão detidos em função de pedido do Ministério Público, baseado em Inquérito Policial Militar, conduzido pela Brigada. Os policiais Emerson Luciano Tomazoni, Gabriel Modesto Ceconi e Devilson Enedir Soares são apontados no relatório como responsáveis por nove crimes. Um homicídio consumado e dois tentados, fraude processual, peculato (furto das armas, cometido por servidor público), abuso de autoridade, denunciação caluniosa, posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e posse ilegal de arma de fogo com numeração suprimida.

A investigação ainda indicia outros dois servidores por posse ilegal de arma de uso permitido. Um dos acusados é o proprietário de uma das armas utilizadas na tentativa de incriminar as vítimas no caso.

Lucas Cousandier foi morto após ser baleado na madrugada do dia 4, em Caxias do Sul, após perseguição policial. Na ocasião, os indiciados tentaram adulterar a cena do crime e incriminar as vítimas. Foram colocados dois revólveres, um deles com registro e outro com a numeração raspada dentro do carro que Cousandier foi alvejado. Os policiais militares também realizaram disparos contra a própria viatura, na tentativa de justificar uma possível troca de tiros com a guarnição.

A perícia residuográfica e balística ainda não foi finalizada. O laudo será anexado ao relatório. O exame será determinante para saber se havia pólvora na mão dos jovens.

O próximo passo no processo é o recebimento do relatório do Poder Judiciário pelo Ministério Público (MP), para avaliação de possível ação contra os indiciados.