CARGOS EM BRASÍLIA
Conheço a família de Clemente Mieznikoski desde que ele era guri. A mãe dele Da. Rosa, era minha assessora, vivia o dia inteiro falando de Clemente, dos estudos, “se Deus quiser um dia vai ser alguém”, dizia. E isso era todo santo dia, ela idolatrava e ajudava muito o guri. Eu dava atenção e deduzia que “se sair igualzito a mãe”, vai dar bom. E deu. Gosto do estilo Clemente, sua iniciação, no esporte, passou pelo professorado de educação física em vários colégios, atividade que notabilizou-se a tal ponto dele ser distinguido com o Troféu AMIGO DA COMUNIDADE, distinção do SEMANÁRIO em 1980, o que não foi pouca coisa pois Clemente, emergente, estava lá, sendo distinguido, ao lado das maiores lideranças de Bento. Sua passagem pelo Bento Vôlei foi marcante.

Eu diria que o Vôlei em Bento tem duas eras, antes e depois de Clemente. Com sua disciplina, foco, determinação, transparência, obsessão, amparado por notórias lideranças amantes do esporte, chegamos a liga nacional. Mas, como não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe, o Projeto Bento Vôlei não se sustentou a nível nacional, fomos longe demais, faltou dinheiro para a sustentabilidade. Aliás não há como manter o BENTO e o ESPORTIVO ao mesmo tempo, considerando que a fonte geradora dos recursos é a mesma. Clemente, popular e vendendo dinamismo e credibilidade, amparado espiritualmente pelo Pe. Chico, elegeu-se Vereador com expressiva votação. Poderia ter sido Presidente do Legislativo, deveria ter aceito, mas declinou do convite. Sua atuação legislativa seguiu a filosofia do Pe. Chico: “olha Clemente, participa de tudo mas não te envolve, te relaciona com as pessoas do bem”. Orientação espiritual correta mas, politicamente incorreta. O povo quer políticos honestos, porém dinâmicos, com opinião, realizadores, defensores de ideias e causas, que se exponham se preciso for. A cada eleição que passa a Câmara se renova em torno de 40% E, como diz Renato Gaúcho “a bola pune”.

Vai acontecer de novo, não é possível que se aceite Vereadores lutando apenas para a sustentação de seu mandato esquecendo a real importância da representação comunitária. Clemente caiu, não se reelegeu, voltou ao magistério. Agora, egresso ao MDB, abandonou o PDT, foi convidado para exercer um cargo no Ministério das Cidades em Brasília, cujo titular é Osmar Terra, que tem um eleitorado fiel em Bento, diria até expressivo. Terra é uma grande expressão política, tipo paizão, boa gente, ao levar Clemente, ele sabe que está levando um guri bom, cheio de ideias, hiperativo, solidário e comprometido. E sabe também que o eleitorado de Clemente migrará para sua sustentação na Câmara Federal e até para vôos mais altos, como Senador e Governador. Mesmo caminho de Clemente junto ao Ministério das Cidades e também pelas mãos de Osmar Terra, está seguindo o ex-prefeito e ex candidato a deputado, com expressiva votação, Alcindo Gabrielli, do MDB.

O Ministério das Cidades é um dos Ministérios mais importantes do Governo Federal, Gabrielli sabe disso, todos sabem disso, uma atuação realizadora poderá render ao ex prefeito mais conceito e mais prestígio político, contribuindo inclusive para os objetivos políticos de Gabrielli que é candidatura a Prefeito na próxima eleição municipal. Bom para Clemente, bom para Gabrielli, melhor ainda para Terra. Quanto bom para Bento será? Vai depender desta atuação, dos recursos e da contribuição que sua atuação junto ao Ministério trará para Bento, contribuindo para melhora da qualidade de vida do nosso povo pois neste quesito, comparando Bento com outros municípios, estamos mal na parada.

NÃO DÁ PARA ENTENDER
Conheço Porto Xavier, estive lá, atravessei o rio para fazer umas “compritas” na Argentina. Isso já faz quase meio século, tinha uma rua só, era quase o “fim do mundo”. Como cidade fronteiriça deve ter se desenvolvido muito, circula muito dinheiro ali. Para a bandidagem, assaltantes, contrabandistas, a válvula de escape, estradas e rio, é muito rica. O recente assalto a uma agência do BB naquela cidade, com a morte de um soldado brigadiano, que teve o colete, a prova de balas mas não de fuzil, perfurado, soma-se a série e continuados assaltos a agência bancárias do estado.

São mais de cem agentes na caça aos assaltantes, envolvendo também recursos materiais, helicópteros, carros, aviões. Isso é que me impressiona, não há recursos para aparelhar a polícia, nem materiais nem humanos, os bandidos estão fortemente armados e dispostos a tudo, mas é com dinheiro dos impostos que esse aparato é mobilizado.

Eu não tenho visto instituições bancárias fazerem doações em prol da segurança mas, simplesmente, valendo-se dela. Leve-se em conta que, apesar do risco das vidas humanas, o instrumento gerador do crime é a agência bancária. Bento já teve assalto a Banco e o que se viu foi uma mobilização gigantesca na caça aos meliantes, recursos materiais e humanos amparados também pelo CONSEPRO. Toda a agência bancária deveria ser obrigada a ter seu sistema de segurança interno e externo, aramado e competente, na proteção de seus recursos e da vida de seus clientes. O que tem é precário e despreparado.