O álcool engorda mesmo! Para dar uma ideia do impacto da bebida na silhueta, nutricionistas comparam: Numa pizzaria, é comum as pessoas se controlarem para não comer três pedaços de pizza, mas bebem facilmente três chopes pensando que estão economizando calorias”. Só que 1 grama de carboidrato tem 4 calorias, assim como a proteína. A mesma quantidade de álcool oferece bem mais: 7,1 calorias, e a gordura 9.

Também é bom lembrar que a bebida não tem só álcool. Uma caipirinha, feita com açúcar e frutas, chega facilmente a 300 calorias. O álcool oferece outro risco à balança: ativa a secreção de cortisol, que estimula as células a armazenarem gordura no abdômen. Um estudo com 178 universitárias, relacionou o consumo de bebidas alcoólicas à gordura corporal. E o valor médio da gordura concentrada ao redor da cintura (o tipo mais perigoso para o coração!) foi maior entre as participantes que relataram beber.

Se você acha que a culpa é só da cerveja, esqueça! A moda de misturar vodca com energético fornece assombrosas 470 calorias. Para piorar, as frituras servidas como acompanhamento extrapolam nas gorduras. Numa conta rápida: se comer quatro croquetes (cada um tem 87 calorias) e beber uma dose de vodca com energético, você terá ingerido 818 calorias, o valor de uma farta refeição.

Trabalhos internacionais demonstraram que, independentemente do tipo de bebida, ela favorece a obesidade e as doenças associadas. Cientistas estudaram homens e mulheres e também verificaram ganho de peso, sobretudo na altura da cintura, entre os bebedores moderados e aqueles que exageram vez ou outra. Já nos dependentes, acontece o oposto. Bebe-se tanto que a bebida passa a mascarar a fome; substitui o consumo de alimentos como fonte de energia e nutrientes, o que acarreta desnutrição e perda de peso acentuada, que não tem nada de saudável.

Sem guerra dos sexos

Não dá para defender a igualdade nesse ponto. O homem e a mulher reagem de modo diferente ao álcool em função de suas características orgânicas. A quantidade de água no corpo feminino é menor. Se a mulher bebe uma latinha de cerveja, terá 30% a mais de álcool em circulação do que o homem. Além disso, as mulheres produzem menos a enzima encarregada de metabolizar o álcool. E, nos dias próximos à menstruação, a sensibilidade ao álcool é maior, favorecendo a embriaguez com doses menores e o risco de desenvolver dependência.

O uso constante e abusivo pode interferir nos ciclos menstruais, alterando a ovulação e a fertilidade; eleva o risco de câncer (mama, colorretal, boca, laringe, esôfago, fígado e intestino); aumenta a vulnerabilidade à depressão; e provoca doenças digestivas, hepatite, cirrose e taquicardia. Nos casos extremos, pode haver intoxicação alcoólica, coma e morte. As usuárias frequentes desenvolvem doenças graves mais rapidamente do que os homens, como fígado gorduroso, hipertensão e anemia.

Prejuízos graves

Depois de deixar as pessoas eufóricas e desinibidas, o álcool atua como depressor do sistema nervoso central. Ele baixa a percepção do perigo e, com isso, perde-se a noção de certo e errado. Cresce a vulnerabilidade a comportamentos de risco, entenda-se, fazer algo que não faria em condições normais.
Desde a primeira dose já se expõe a risco. Quanto mais abusar, maiores os riscos. Como se fosse pouco, há outro inconveniente: um dia após a bebedeira, você acorda com tamanha fome que é alto o risco de comer demais e o que não deve. Por isso, não vá com tanta sede ao copo.

Não passe da conta

• O recomendado para as mulheres é beber no máximo uma dose, o equivalente a uma latinha (350 ml) de cerveja, uma taça (140 ml) de vinho ou uma dose (50 ml) de uísque, sem ser em dias consecutivos.
• Em jejum, o álcool “sobe mais rápido”. Então, nada de sair de casa sem jantar para “economizar calorias”. Coma alimentos leves: verduras, carnes magras e frutas.
• No bar, escolha petiscos magros: tomate-cereja, azeitona, fundo de alcachofra, tremoço, conservas sem muito azeite, champignon, queijos magros e frios como peito de peru ou chester.
• Prefira bebidas que podem ser consumidas aos poucos, como caipirinha, gin tônica e faça aquela dose render a noite inteira: ponha bastante gelo, intercale com água e dê goles pequenos.
• Caipirinha de limão e pinga ou saquê com açúcar tem cerca de 300 calorias. Se trocar o açúcar pelo adoçante, o valor calórico cai para 190.
• Não misture álcool com energético. Além de calórico, esse drinque tem cafeína e outros compostos que fornecem energia. Sentindo-se mais disposta, você tende a beber mais.

Fonte: mdemulher.abril.com.br