São partículas formadas por células mortas que se descamam do couro cabeludo quando o ritmo de renovação da pele está acelerado. Com frequência, a caspa é uma das manifestações da dermatite seborreica, inflamação da pele em áreas com maior concentração de glândulas sebáceas. Além do couro cabeludo, pode atingir sobrancelhas, maçã do rosto, orelhas e contorno do nariz, provocando ardor, coceira, vermelhidão, feridas e queda de cabelo.

Tem a ver com falta de higiene?

Isso é mito. A causa é genética, mas fatores hormonais, stress e mudança do clima podem desencadear e agravar a caspa, que não é contagiosa. Nessas condições, é comum o aumento na produção de óleo pelas glândulas sebáceas, o que leva à proliferação de um fungo. Presente na pele de 90% das pessoas, em excesso promove inflamação e descamação.

É possível prevenir o aparecimento?

Sim, investindo em uma vida saudável e uma alimentação balanceada, além de evitar banhos e secadores muito quentes, escolhendo xampu adequado ao seu tipo de cabelo e descobrindo formas de lidar com o stress para que ele não venha a se manifestar na pele. A caspa é uma alteração crônica que está sempre rondando. Ao menor sinal, inicie o combate. Não espere aumentar.

Chapinha e secador são aliados ou vilões?

Ambos aumentam a desidratação dos fios de cabelo, por isso convém protegê-los com produtos termoativos. Mesmo assim é melhor usar o secador (numa temperatura mais amena) para remover o excesso de água do que deixar o cabelo secar naturalmente. Horas com o couro cabeludo úmido e quente oferecem o habitat ideal para o fungo. Dormir com ele molhado, então, nem pensar! A caspa pode piorar muito! Quanto à chapinha, não a utilize com os fios molhados nem a aproxime demais do couro cabeludo.

Existe cura para a caspa?

Não. Mas a descamação pode ser controlada. O tratamento atua em três frentes: normalizar a produção de óleo pelas glândulas sebáceas, diminuir a proliferação do fungo e remover as escamas acumuladas. Para isso, recomenda-se o uso diário de xampus contendo ativos como piritionato de zinco (anti-inflamatório e antifúngico), ácido salicílico (colabora na renovação das células mortas) e cetoconazol (antifúngico). Às vezes, são prescritas loções tópicas contendo esses ativos. Em quadros mais intensos e persistentes, pode haver a indicação de anti-inflamatórios e antifúngicos por via oral.