Diante do aumento dos índices de roubos e homicídios em Bento Gonçalves, a comunidade clamou por uma providência da Brigada Militar (BM). A Operação Retomada, com reforços do Pelotão de Operações Especiais (POE) e do setor de inteligência de Caxias do Sul, foi a resposta para esta situação “de luz vermelha acesa”. Porém, após quase 20 dias de policiamento ostensivo, será que a ação foi realmente efetiva?

O questionamento é levantado pelo próprio comandante do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º BPAT), major José Paulo Marinho, diante de um número que preocupa. Das 48 pessoas detidas em flagrante delito pela Brigada Militar, 44% estão em liberdade. Apenas 27 dos conduzidos pelos policiais militares para a delegacia nos últimos 20 dias continuam recolhidos.

Dos indíviduos que já estão em liberdade, nove foram detidos por posse de entorpecente. Nestes casos, o procedimento normal é a assinatura de um termo circunstanciado por posse de entorpecente, o registro da ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e o usuário é liberado no mesmo dia. Porém, entre os 12 outros detidos, há acusados por tráfico de entorpecentes, por furto qualificado e indivíduos com mandado de prisão expedido.

Titular da 1ª Delegacia de Polícia (1ºDP), especializada no combate ao tráfico de entorpecentes, a delegada Maria Isabel Zerman acredita que o número é expressivo justamente pela quantidade de prisões efetuadas em um curto espaço de tempo em virtude da operação da Brigada Militar. “Todos que foram apresentados na DPPA foram conduzidos ao presídio porque, a principio, o tráfico é um crime que o delegado não pode arbitrar fiança. Após, o juiz de plantão analisa o flagrante e, para alguns, foram decretadas a prisão preventiva e, para outros, foi entendido que não havia a necessidade de continuarem presas. Ou porque não possuíam antecedentes criminais, ou porque achavam que ter uma residência fixa e trabalho eram suficientes para manter a pessoa em liberdade. É um entendimento do juiz que acredita não existiam os requisitos para a prisão. Mas não tem nenhum acusado, até a data de hoje, que tenha sido liberado por uma eventual ilegalidade na prisão ou na ação da Brigada Militar”, explicou.

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