Além de grandes amigos, os cachorros agora podem ser bons aliados para proteger bebês de doenças respiratórias durante o primeiro ano de vida. É o que revela um estudo realizado por pesquisadores da Finlândia e da Alemanha divulgado no jornal Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria.

A pesquisa acompanhou 397 crianças desde a gestação até um ano de idade e concluiu que os pequenos que possuíam cachorros em casa tiveram menos problemas do aparelho respiratório ou de infecções do que aqueles sem exposição ao animal. Além disso, eles também ficaram menos vulneráveis a contrair otites (inflamação no ouvido), rinites e tendiam a fazer menos uso de antibióticos.

O pediatra Luiz Ernesto Pujol relata que os resultados podem ser explicados pelo fato de que o bebê, ao manter contato com o bicho, produz mais anticorpos. “O que acontece é uma sensibilização. As crianças são expostas naturalmente a uma série de agentes agressivos e vão, aos poucos, criando resistência, como se fosse uma espécie de ‘vacina’ natural.”

Paralelamente, os cientistas analisaram o efeito do convívio dos participantes com gatos, e as conclusões mostraram que a convivência com felinos também aumenta a proteção de infecções respiratórias, porém de maneira menos eficiente do que com cães.

A resposta para isso os autores desconhecem, mas eles lembram que trabalhos anteriores já haviam mostrado que a relação com os bichanos pode proteger bebês e crianças mais velhas contra a falta de ar.

Para Ricardo Braga de Lima, poder permitir liberdade entre o filho e o bicho de estimação sempre foi algo satisfatório. “O meu filho Pedro já nasceu abraçado a cachorro e a gato. Quando era bebê, ele pegava a gatinha que tínhamos e saía pela casa. Até hoje eu deixo que ele faça tudo, brincar, pegar no colo, beijar, e acho ótimo que ele tenha essa ligação. Desde que ele saiba, claro, respeitar os limites do animal.”

Animal não é brinquedo

Animais são divertidos, companheiros e, ainda por cima, podem ajudar a manter a saúde das crianças. Mas é preciso tomar alguns cuidados, porque, afinal, cão e gato não são brinquedos e exigem atenção redobrada quando frequentam o mesmo espaço que os pequenos.

Na hora de decidir trazer um animal para casa, tanto pais como filhos precisam compreender e se adaptar à rotina dele.

Geralmente, crianças mais ativas precisam de cães mais ativos, e aquelas mais tranquilas, de cães mais acomodados, segundo o diretor do Hospital Veterinário Santa Mônica, Roberto Lange.

O diretor ainda acrescenta que é imprescindível que os pais estejam cientes de que estão assumindo uma grande responsabilidade quando resolvem adotar um bichinho para o filho. “Num primeiro momento, a criança vai ter um apego enorme, mas aos poucos ela o vai deixando de lado e os pais precisam ficar atentos para ensiná-la a cuidar do novo membro da família com seriedade.