Entre os temas mais discutidos, esteve a possível criação de uma Guarda Municipal para a Capital do Vinho

Foi realizado na noite de terça-feira, 5 de dezembro, uma audiência pública para discutir alternativas da área de segurança pública para Bento Gonçalves. A reunião ocorreu no plenário da Câmara de Vereadores da Capital do Vinho, e reuniu diversas autoridades do setor, de Bento e do Estado.

Estiveram presentes nomes como o comandante do 3º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPAT), Glauco Alexandre Braga, a delegada titular da 1ª Delegacia de Polícia de Bento, Maria Isabel Zerman, e o secretário de segurança pública do município, José Paulo Marinho. A tônica dos discursos foi a mesma: identificar os problemas e mazelas do setor, e apontar caminhos e alternativas viáveis para resolver as questões.

O primeiro a falar foi o secretário Marinho. Em sua fala, destacou as ações desenvolvidas na área da segurança pública, e elogiou o trabalho feito pela Brigada Militar, mesmo com as limitações enfrentadas. “É fundamental que haja a sensação e a percepção de segurança nas nossas ruas”, afirmou.

Depois, foi a vez do comandante da Guarda Municipal de Sapucaia do Sul, Clóvis Eduardo Pereira. Ele destacou as atuações integradas com o Estado e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul, desenvolvidas no município da região metropolitana de Porto Alegre.

Já o secretário de Segurança Pública de Pelotas, Aldo Bruno Ferreira seguiu no mesmo tom, destacando as ações feitas pela Guarda Municipal no município do Sul do Estado. Falou, ainda, sobre o papel do jovem na segurança pública, e na importância de destinar atenção à essa parte da população. “Não podemos deixar isso escapar”, afirma.

O presidente da Câmara de Vereadores, Moisés Scussel Neto, destacou a importância da participação da população para discutir a questão da segurança pública. Citou, ainda, o exemplo de Vacaria, onde a Guarda Municipal não funcionou. “É preciso que essas novas forças trabalhem junto com as já existentes”, frisa.

Já o vereador Moacir Camerini destacou, em sua fala, a verba destinada para a Secretaria de Segurança Pública em 2018. Conforme a Lei Orçamentária Anual, estão previstos pouco mais de R$ 10 mil reais. “É preciso dar condições para a pasta trabalhar. Sem investimento não é possível colocar isso na prática”, pontua.

A vereadora de Caxias do Sul, e vice-presidente da ONG Brasil sem Grades, destacou o trabalho feito na área no maior município da Serra. Citou, ainda, que os três pilares do setor no município se estabelecem na integração das forças de segurança, envolvimento das entidades da sociedade civil e prevenção. “Precisamos dar atenção à evasão escolar, uma das portas de entrada para o crime organizado”, ressalta.

Autoridades de Bento na área de segurança comentam a pauta

O comandante do 3º BPAT, tenente-coronel Glauco Alexandre Braga, afirmou que, em função dos problemas enfrentados atualmente, o setor da segurança pública não está em condições de abrir mão de qualquer tipo de auxílio. No entanto, declarou que cabe aos legisladores a avaliação e decisão de criação ou não da Guarda Municipal. De acordo com ele, o problema é complexo, que não será resolvido apenas com a criação de uma instituição. “Cada município possui uma realidade diferente”, afirma.