Já deu para perceber: o clima mudou e estamos caminhando para o inverno. Faltando apenas alguns dias para o início da estação mais fria do ano, as variações de temperatura (para menos, claro), os dias nublados e as rajadas de vento geladas começam a fazer parte do cotidiano, especialmente para quem mora na região Sul e Sudeste do País.
É nessa época também que as alergias respiratórias em crianças levam os pais aos corredores dos pronto-socorros ou às salas de espera de seus médicos. “O ar muito gelado e seco, somado à poluição como a encontrada em grandes centros urbanos, é o gatilho para as irritações nas vias respiratórias”, explica Márcia Kodaira, coordenadora de medicina pediátrica do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
“Além disso, as variações bruscas de temperatura podem facilitar a instalação de quadros como os resfriados – levando a um estresse infeccioso do organismo – e isso pode ajudar a desencadear um processo alérgico também”, completa a médica.
A asma – ou bronquite asmática, como os pais preferem chamar – e a rinite, por exemplo, levam a uma predisposição a infecções secundárias, pois a inflamação da mucosa respiratória e acúmulo de secreção nas vias respiratórias facilita a instalação de agentes infecciosos virais e bacterianos. “Sabe-se que as crianças com quadros de asma – em que, além da inflamação e do aumento da secreção, há a contração dos brônquios – são mais propensas a desenvolver quadros de pneumonia”, alerta a especialista.

Processos alérgicos
“A alergia respiratória é geneticamente predisposta”, explica. “E a criança pode ser sensível a determinados agentes, como a poeira, ácaros, o pólen ou pelos de animais, entre outros”, enumera Márcia.
A pediatra aponta que os pais devem estar atentos a essas condições e sempre cuidar para que o microambiente onde a criança esteja – não só o quarto, mas o espaço onde a criança convive e brinca – deve ser pensado para minimizar as condições que possam levar ao desencadeamento do processo alérgico.
“No ambiente externo é mais difícil controlar esses fatores, mas no ambiente doméstico é preciso cuidar para que crianças tenham um menor contato com esses agentes. Passar o aspirador de pó no colchão – ou deixá-lo ao sol para “espantar “os ácaros –, evitar os tapetes em casa e, para a tristeza de algumas crianças, não deixar que elas tenham contato com bichos de pelúcia”, observa Márcia. Pais tabagistas, lembra a especialista, devem evitar fumar perto dos filhos e mesmo forte odor das roupas impregnadas de fumaça podem fazer mal aos filhos.

Alergia constante pode levar a irritações
Márcia lembra também que a rinite grave, deve ser motivo de atenção por parte dos pais. Essa condição podem contribuir negativamente para a qualidade do sono das crianças, deixando-as mais sonolentas e irritadas durante o dia. Essa constância dos quadros alérgicos também influência na respiração e na formação da dentição e musculatura da face (afinal, o organismo da criança está em desenvolvimento). Além disso, predispõe a otites e sinusites de repetição e ao não controle da asma em alguns casos.
“Os pais devem observar se a criança dorme de boca aberta, por exemplo. Isso pode ser indício de problemas respiratórios que podem, de alguma forma, evoluir e levar a essas alterações todas no organismo e no corpo da criança. É preciso procurar o pediatra da família e este, às vezes, vai indicar um alergista ou um otorrinolaringologista para acompanhar o caso”, indica Márcia.

Dicas

  • Mantenha o ambiente ventilado. Não feche todas as portas internas da casa à noite. Mantenha um mínimo de ventilação para permitir a circulação de ar;
  • Em dias de sol retire os travesseiros e coloque-o ao sol;
  • Guarde bichinhos de pelúcia e retire os tapetes;
  • Evite o convívio com os animais, se houver evidência de alergia aos mesmos;
  • Banhe seu filho nas horas mais quentes do dia;
  • Não fume perto da criança.

    Fonte: oqueeutenho.com.br