Com o poder de transformar e enriquecer o dia a dia de seus adeptos, o patchwork vai além de uma simples atividade manual – essa arte tem o potencial de melhorar a saúde mental e, segundo muitos de seus admiradores, até mesmo o estado de espírito. Entusiastas deste universo artesanal, Sylvia Dreher e Eliana Volpato possuem uma longínqua história com o ofício e se tornaram idealizadoras de um evento que caminha a passos largos para ser referência na região quando o assunto é a arte milenar: o Universo Patchwork.
“Nós duas fizemos trabalhos manuais desde a infância e nos conhecemos através do patchwork”, destaca Sylvia. O ‘trabalho com retalho’ – sua tradução literal – é uma técnica que une tecidos a uma infinidade de formatos – e data da época em que o homem aprendeu a tecer.

Por isso, as apaixonadas pela arte decidiram ir além e buscar exemplos fora do país. “Resolvemos participar de uma feira em Houston, nos Estados Unidos. A partir de então, pesquisamos e nos aperfeiçoamos cada vez mais”, comenta. Nesse contexto, tiveram a ideia de compartilhar e difundir a arte do verdadeiro patchwork com a primeira edição do Universo em 2018. “Somos amigas de longa data e estamos em uma idade em que podemos nos dedicar ao que mais amamos”, enfatiza.

“O trabalho manual foi me apresentado aos seis anos de idade. Desde então, nunca mais parei. O patchwork, minha paixão há 24 anos, é o motivo desse desafio: organizar uma mostra para apresentar a arte a todos os apaixonados. Unindo forças, tudo fica mais fácil, por isso eu e Sylvia formamos parceria para, juntas, desbravarmos esse novo terreno na região”, reforça Eliana.
Sylvia e Eliana – uma tradutora e interprete e outra lojista, respectivamente – esperam reunir mais de quatro mil pessoas na edição deste ano – que ocorre de 26 a 29 de junho, no Centro de Eventos do Hotel Villa Michelon, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. A feira contará com comercialização de tecidos, moldes e kits de bordado e patchwork – além de aviamentos, rendas e ferragens para confecção de bolsas e outros trabalhos manuais. Paralelo à exposição, um recheado calendário de oficinas qualifica quem visita o evento.

A origem da arte secular
Desde o século IX a.C., os faraós já usavam roupas com técnicas similares aos do patchwork. Em meados do século XVII, o quiltar chegou às Américas, mais especificamente aos Estados Unidos e Canadá. Trazida pelos colonizadores, era comum ver colchas feitas de linho ou lã, em panos inteiros ou a partir de medalhões centrais e bordas, que permitiam o aproveitamento total de retalhos, já que tecidos eram considerados preciosidade, assim como linhas e agulhas – que eram passadas de geração em geração.

“As técnicas eram transmitidas pelas mães e avós a suas descendentes. Dessa forma surgiram muitas tradições relacionadas a tecidos, cores e desenhos. Uma tradição de meados de 1800 pedia que a moça fizesse doze colchas antes de poder casar, sendo que a última deveria utilizar os blocos Double Wedding Ring (dois anéis de casamento entrelaçados)”, conta Sylvia, estudiosa do assunto. De lá para cá, tanto financeiramente quanto socialmente, o patchwork faz parte da vida de seus adeptos e segue encantando quem enxerga na arte o potencial que extrapola os limites de uma simples confecção manual.

Serviço

O que: 2ª edição do ‘Universo Patchwork’, feira de negócios e mostra de tendências
Quando: 26 a 29 de junho de 2019, entre 10h e 17h
Onde: Centro de Eventos do Hotel Villa Michelon, Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves
Quanto: ingressos a R$ 20,00 (meia entrada a R$ 10,00). Inscrições para as oficinas à parte
Informações: www.facebook.com/universopatchwork