Empresa propõe construção de rua interna para tráfego enquanto rotatória e ligação com a BR-470 não são realizadas

Para evitar tráfego de caminhões em uma zona residencial próxima ao moinho, a Isabela se propôs a construir uma rua interna para facilitar a saída dos veículos. Um grupo de moradores aceitou a proposta. Na avaliação técnica da Prefeitura, a medida é efetiva, embora paliativa, já que para melhorar o trânsito é necessário construir uma rotatória na rua Fortaleza e abrir a José Giordani até a BR-470.
O principal problema que o Poder Público enfrenta para por em prática é a necessidade de avançar sobre terrenos privados em ambas obras. Do outro lado, as medidas não estão previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018. Existe ainda expectativa de buscar recursos com empresas para viabilizar a execução.

Mudanças no plano inicial

Inicialmente, a ideia da M.Dias Branco era abrir a rua Luiz Fornasier, paralela ao moinho. O projeto foi aprovado pelo Poder Público e poderia ser executado.
Após pleito dos moradores para que não houvesse tráfego intenso de caminhões em um loteamento próximo e que parte do terreno da empresa fosse utilizado como área de proteção ambiental, a M.Dias Branco apresentou outra solução: construir uma rua interna, que ligue a Luiz Fornazier com a Antônio Fornazier. Além disso, serão providenciadas duas áreas de estacionamento de caminhões, uma em Garibaldi e outra no Botafogo, em Bento, para facilitar o acesso ao Moinho e evitar o tráfego intenso.
De acordo com a diretora-adjunta do Instituto de Planejamento Urbano (Ipurb), Melissa Gauer, a empresa deve conseguir minimizar os transtornos com a proposta atual. “Eles vão fazer baldeação de carga para diminuir o tráfego. No período da safra de trigo (janeiro), a previsão é de que sejam 43 caminhões por dia”, comenta.
Na avaliação de Melissa, a melhor solução para a área seria a abertura da José Giordani e a rotatória na Fortaleza. “Fica melhor porque os caminhões que vêm da área industrial, conseguem acessar a saída de Tamandaré tranquilamente”, aponta.
Segundo o então secretário de Governo, Diogo Siqueira, a interferência da empresa tem a função de criar o menor impacto possível ao bairro Santa Rita e bairros vizinhos. “Desde o início da construção desta obra, tanto a empresa responsável como a Administração Municipal, se preocuparam em procurar soluções”, comenta.
Ainda de acordo com Siqueira, a abertura da José Giordani está prevista no plano de mobilidade urbana. “Sem dúvida, ela irá facilitar a movimentação do fluxo, não só do moinho, mas também já prevendo a expansão da própria Todeschini e de outras empresas localizadas na região. Além deste prolongamento, já temos também o projeto da rotatória em frente ao moinho”, ressalta. Contudo, o secretário aponta que não há previsão orçamentária para o início das obras.

 

Proposta prevê área de preservação e rua interna

Alguns moradores do loteamento Bertuol, que seria afetado pelo tráfego de caminhões do moinho, aceitaram a proposta da empresa, de construir a rua interna (saída paralela) e de manter uma área de preservação no extremo oeste do terreno, com reflorestamento do que foi desmatado.
De acordo com um dos moradores, Eduardo Marengo, a empresa foi atenciosa e atendeu a solicitação dos moradores. “Eles foram muito sensíveis, se propuseram a reflorestar e criar uma área de preservação permanente, em fazer o fluxo de caminhões com o mínimo de agressão no bairro”, analisa.
Ele explica que uma das principais pautas da comunidade foi a criação da área de preservação, na medida em que a região funcionaria como um pulmão para o bairro. “Eles se preocuparam com nossa ponderação ambiental. Nós tomamos um susto quando vieram as máquinas e começaram a derrubar. Mas eles se propuseram a reflorestar aquilo ali e fazer a área de preservação”, considera.
Na avaliação geral, Marengo vê que a empresa conseguiu uma boa relação com a vizinhança e que, se a proposta for cumprida, o problema está resolvido. “Na questão que envolve todo o bairro e o tráfego de maneira mais abrangente, é necessária a construção de rotatória”, comenta.
O vereador Moacir Camerini (PDT), que ajudou a negociar a proposta, vê a questão como um progresso, na medida em que os caminhões não irão passar no meio do bairro. “Mas preciso ver a cidade de modo geral, ainda é necessária a rotatória e a abertura da José Giordani”, enfatiza.
De acordo com ele, outro problema identificado é o fato dos caminhões continuarem a entrar pela Pipa Pórtico. “Temos que cobrar para não permitir esses impactos na mobilidade urbana. Nosso grande problema é um acesso muito inclinado. Então abrir a rua seria um benefício para a cidade, porque é uma entrada mais suave para os próprios caminhões acessarem o município”, propõe.