Projeto Ler O Mundo Viver a Vida, da Escola Alfredo Aveline é destaque na etapa regional da 10ª edição do Prêmio Professores do Brasil promovido pelo MEC

Mais um prêmio foi conquistado pela Escola Municipal de Ensino Médio Alfredo Aveline. Desta vez foi na 10ª edição do prêmio Professores do Brasil. O projeto “Ler o mundo viver a vida” foi coordenado pela professora Eliana Passarin, nas aulas de Ensino Religioso, com uma turma do 3º ano do médio.

A professora destacou que o projeto foi construído de forma partilhada e com total pertencimento. “A cada passo dialogamos para os seguintes. Assistimos o documentário HUMANS de Yann Arthus-Bertrand num ambiente acolhedor, fiz um chá e umas guloseimas afinal o dia estava muito frio, a emoção tomou conta de todos nós, assim decidimos fazer o nosso próprio Humans, montamos um estúdio caseiro, e enquanto um aluno gravava o seu depoimento os demais ficaram esperando no parque infantil o que possibilitou uma descontração” lembra Eliana.

Segundo a professora eles ainda se apropriaram de alguns livros para embasar melhor o projeto. “Utilizamos o livro de Cortela: Viver em paz para morrer em paz, decidimos fazer a leitura por capítulos de acordo com a empatia de cada um e após partilha-lo com a dinâmica dos Círculos da Paz junto ao quiosque do bosque da escola, escolhemos um símbolo étnico para ser o OBJETO DA PALAVRA”, comenta.

A aluna Gabriela Sandrin afirma que o projeto significa olhar para as pessoas em suas unidades. “É dar atenção aos detalhes e observar mais do que aquilo que nos é evidente, é filosofar sobre a importância de nossas ações e sobre a essência de cada relação, lemos o mundo para viver a vida, não apenas para sermos mais um grão de areia”, ressaltou a jovem.

Por meio do projeto, os alunos e a professora conseguiram expressar seus sentimentos e plantar desta forma a semente da igualdade e do respeito segundo Eliana. “Nos enxergamos como seres humanos que tem falhas, medos e angústias. Lemos a alma de cada um que se abriu conosco e assim conseguimos estreitar os laços”, salientou. Ela ainda garante que “a emoção, e a possibilidade dos alunos abrirem seus corações e contar suas trajetórias de vida, espelharem-se nas histórias do documentário Humans e perceber no colega um ser humano que carrega sofrimentos, lutas, medos e desafios como os seus, possibilitou que cada um passasse a tratar o outro com mais amorosidade, mais compreensão e menos julgamento. Além de exercitar a tolerância, a compreensão, a solidariedade, o pertencimento, as desigualdades perante os direitos, que foram as grandes lições deste projeto que teve como desafio despertar um olhar sistêmico, ético, amoroso, de aceitação aos diferentes, aos nossos semelhantes, mas com características e escolhas particulares, cabendo a nós respeito, aceitação e acolhimento e ativismo quando os direitos humanos são desrespeitados”, finaliza Eliana.

A diretora da instituição Marines Tumelero enfatiza que a gestão democrática implantada na escola dá asas aos professores e alunos. “É o exemplo deste projeto que recebe destaque em um dos maiores prêmios de educação no país promovido pelo Ministério da Educação”, enfatiza.

O aluno Eliseu Dieretti afirma que com esse projeto “conseguimos olhar mais para o próximo, ter mais compaixão, saber sobre o que o outro está passando e todos passamos por desafios, preocupações. E também, refletir sobre nós mesmos, principalmente agora no último ano da escola, onde tudo vai mudar, é algo muito importante. Ninguém é de ferro, somos todos humanos e precisamos desse momento para continuar em frente, continua seguindo”.

O projeto encerrou com a produção de um documentário de 36 minutos, narrado pela aluna Bianca Tonello Rizzardo e será exibido na escola em um momento de reflexão pedagógica.