Simulador de marcha suspenso auxilia pacientes com problemas de locomoção a dar os primeiros passos da recuperação

Um equipamento adquirido recentemente pela Associação de Deficientes Físicos de Bento Gonçalves (Adef) está ajudando pessoas com problemas de locomoção a recuperarem o movimento das pernas. Denominado de simulador de marcha suspenso, o aparelho teve que ser encomendado e fabricado especialmente para a Associação, uma vez que não é comercializado em escala.
O mecanismo é formado por um colete que possibilita controle de altura e deixa o usuário suspenso. Na base, há uma esteira ergométrica de velocidade reduzida. Assim, a pessoa que necessita do tratamento consegue caminhar, sem cair.
De acordo com informações da Adef, o valor total foi de R$ 19 mil, custeados por um edital da Vara de Execução Criminal, do Poder Judiciário. O pagamento para instalação foi feito com recursos próprios.
Segundo a assistente social Amanda Zwirtes, o Judiciário abre edital todos os anos e, pela importância e necessidade do aparelho, a Associação acabou sendo contemplada. “É o único em espaços públicos de atendimento”, comenta. Todos encaminhamentos para a utilização precisam ser feitos via Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.
Para a fisioterapeuta Suzana Saciloto, o equipamento é muito importante para reeducar o paciente e ele aprender de novo a caminhar. “A necessidade vem porque a gente não consegue trabalhar a marcha com um paciente que não tenha o equilibrio total, sem que ele esteja suspenso”, avalia.
Além disso, o simulador de marcha suspenso fica em frente a um espelho. A fisioterapeuta explica que a posição auxilia os pacientes a se corrigirem. “Assim eles vão arrumando o passo”, observa.
O paciente Juliano Luís Osmarini está fazendo os exercícios no equipamento com o acompanhamento das fisioterapeutas. Ele relata que auxilia a reduzir o peso do corpo. “A sensação é muito parecida com flutuar”, conta.
De acordo com o tesoureiro da Associação, Genir Rigotto, o equipamento se torna fundamental, pois muitas crianças cadeirantes são atendidas pela Adef. “É um processo muito lento, um passo por vez”, aponta.
Atualmente, a Adef faz cerca de 450 atendimentos por mês, o que dá em torno de 400 pacientes. Rigotto expressa a necessidade de ampliar o espaço em breve. “Nós vamos precisar subir um andar”, observa.
Neste sábado acontece o pedágio solidário da Associação, na Praça Vico Barbieri, no Centro. Também está previsto um bingo para o dia 31 de agosto e um passeio de Maria Fumaça para pessoas especiais, no dia 4 de outubro.