A expectativa do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, é que no setor, o abastecimento seja normalizado até este fim de semana em todo o Estado, em até 72 horas após o fim da greve. Longo ressalta que em Bento Gonçalves não houve um desabastecimento, pois segundo ele, o supermercadista do interior consegue dar oportunidades a micro e pequenos fornecedores regionais, por isso os prejuízos foram menores. O que houve foram atrasos pontuais em entregas em Bento. E as maiores dificuldades para repor nas gôndolas foram os hortifrutigranjeiros, os derivados do leite e as carnes. Mas garantiu que não houve alta de preço significativa em nenhum item.

O presidente da Agas diz que em um País onde 85% da produção tem escoamento pela malha viária, uma greve de caminhoneiros traz prejuízos incalculáveis. “Mais importante que os produtos que faltaram foi o recado que esta paralisação deixou para todos nós: é necessário que o Governo faça investimentos em infraestrutura e dê melhores condições para caminhoneiros e transportadores”, diz.

Vale a criatividade

Sendo criativo, o comércio não deve impactar prejuízos no período de paralisação dos caminhoneiros, podendo realizar a venda e negociar a entrega. Esta é opinião do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marcos Carbone, informando que o movimento afetou em 5% o comércio de Bento Gonçalves, no que diz respeito à falta de mercadorias. A análise não envolve o setor alimentício, que Carbone aponta como o maior prejudicado, principalmente as cargas perecíveis. “O prejuízo direto no varejo foi o de não vender por falta de mercadorias. Mas cabe ao lojista, nestas situações, ser criativo e atender a demanda do consumidor, negociando a entrega do produto e oferecendo benefícios para garantir a venda” destaca. A previsão é que no prazo de 10 dias estará tudo normalizado, se não ocorrer novas paralisações.

Indagado se isso vai impactar no preço dos produtos para o consumidor final, o presidente da CDL acredita que o repasse será apenas do percentual sobre o valor que corresponde ao custo do combustível incidente sobre o produto. Ou seja, não é por que o combustível aumentou 20% que o produtor vai ter o mesmo reajuste. “Se o combustível representa 2% sobre valor do produto, é sobre estes 2% que o aumento vai incidir e não no preço total. Acredito que o prejuízo foi pontual e para as empresas produtoras”, explica. Para Carbone, a paralisação dos caminhoneiros foi justa e tem todo o apoio.

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